Escavando Istmos

Traz flores no coração e perfume nas pontas dos dedos... Não és mais o mesmo. Cadê aquela raiva que imperava? Travou o gatilho. E os espinhos deram lugar à ambrosia... E o desespero ora convive com a alegria. E o tempero ora atenua a agonia. Ah, o bafo do demônio sopra lá fora! Aqui, suam tuas têmporas, no meu colo: nada que um banho não resolva. Teus pés são demasiado feios: nada que te subtraia cafunés. Olhos nos olhos, mantemos o equilíbrio límpido desta gangorra entre risadas, deboches e xícaras de café. Sem para-quedas, estamos postos à beira do abismo... Longe dos ismos, escavamos istmos para unir os mares. Abraça-me e cairemos juntos. Abraça-me e voaremos juntos. Abraça-me e morreremos juntos. Serão amarelas, vermelhas ou azuis desta vez? Ou mais uma vez serão pétalas sabor-de-oceano? Eu amo... Carrego um colar de espuma, um de copa das árvores, uma grinalda de raízes: matizes da minha fortificação. E, se depois da balsa, não houver lugar para aportar, eu sigo viagem no teu mar de emoções. Abraça-me e pularemos juntos. Abraça-me e mergulharemos juntos. Abraça-me e nos afogaremos juntos. Abraça-me...
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