Para onde vai o azul?

Para onde vai o azul que já se despede de mim?
O império cinza se anuncia.
Por poucos momentos, eu me afasto.
Espero que isso não tarde.
Tenho por perto os braços do mar
que me servem de testemunha.
Tenho em mim braços de mar
que me deram, sob o céus de peixes, minha alcunha.
Há tanto tempo, eu me encontro
Perdida em quaisquer caminhos
Desenhando quaisquer pegadas,
Sem rumo, sem prumo ou destino,
Que nem lembro mais como é ser achada.
Há tanto tempo, eu perco
Os caminhos que levam a mim,
E me encontro em outros caminhos
Sobre o marrom, sobre o verde, sob o azul.
E para onde vai o azul que já se despede de mim?
Espero que não tarde
O seu regresso para o meu entorno.
Espero que não retarde
O seu sim para mim.
Espero que me restitua,
Como os peixes, aos braços do mar
Tenho em mim,
Como os peixes, braços de mar.